domingo, 12 de janeiro de 2014

Gonzagão – A Lenda: para sentir vontade de dançar

            
   
 Nascido em dezembro de 1912 em Exu (cidade pernambucana) e falecido em agosto de 1989 em Recife, Luiz Gonzaga – conhecido como o “Rei do Baião” – é merecidamente homenageado neste musical. Com cerca de uma hora e meia de duração, sem intervalo, o musical conta o que chama de “lenda do rei Luiz”, lenda que dá nome ao espetáculo – Luiz, é claro, é Luiz Gonzaga, o Gonzagão (quando com intervalo, o espetáculo chega a durar duas horas).   
   Alguns dos musicais baseados na vida e obra de algum músico ou banda apenas apresentam músicas do artista/banda em questão, assemelhando-se mais a uma espécie de show cover, como o recente "Milton Nascimento: nada será como antes - O Musical"; outros mesclam de modo excelente uma narração biográfica com músicas do artista/banda, informando ao público tanto quanto o emocionando com a obra do artista ou banda homenageado, como os também recentes “Tim Maia - Vale Tudo, o Musical” e "Ary Barroso - do princípio ao fim". O musical “Gonzagão – A Lenda” encontra-se em uma espécie de meio termo entre estes espetáculos citados. O espetáculo não explora a biografia do músico, perpassando por ela apenas superficial e genericamente, mas também não se mostra como sendo apenas um “show”; obtém, assim, um resultado, se não excelente, bastante satisfatório: animado, delicia o público com o baião e o forró do Rei e dá até vontade de dançar.
Algumas cenas se destacam, emocionando especialmente o público, como a que representa Gonzagão cantando “Que Nem Jiló” (Ai quem me dera voltar/Pros braços do meu xodó/Saudade assim faz roer/E amarga qui nem jiló/Mas ninguém pode dizer/Que me viu triste a chorar/Saudade, o meu remédio é cantar”); a cena de Gonzagão com seu filho, Gonzaguinha, cantando juntos, primeiramente, “Sangrando” (“Quando eu soltar a minha voz/Por favor, entenda/Que palavra por palavra/Eis aqui uma pessoa se entregando/Coração na boca/Peito aberto/Vou sangrando/São as lutas dessa nossa vida/Que eu estou cantando”, de Gonzaguinha) e depois “A Vida do Viajante” (“Minha vida é andar por esse país/Pra ver se um dia descanso feliz/Guardando as recordações/Das terras por onde passei”); e, por fim, a cena em que todos os atores cantam “Asa Branca”.
Oito atores se revezam nos papeis, inclusive no papel principal, fazendo parte do elenco também uma atriz (são eles Larissa Luz, Marcelo Mimoso, Adrén Alves, Alfredo Del Penho, Eduardo Rios, Fabio Enriquez, Paulo de Melo, Renato Luciano e Ricca Barros); dentre os músicos são quatro: Beto Lemos na viola, na rabeca e no pandeiro; Daniel Silva no violoncelo; Rick De La Torre na bateria e percussão e Rafael Meninão no acordeon, todos com seus pontos altos em diferentes momentos.








            O espetáculo está em cartaz em temporada popular no teatro João Caetano, no centro, até o próximo dia 26 (20 reais a inteira e 10 reais a meia), de quinta a domingo. Segundo os próprios atores essa provavelmente será a última temporada da peça no Rio de Janeiro, pelo menos por um bom tempo.  Portanto, aproveitem! Homenageiem o nosso grande Rei do Baião e se divirtam com o musical!

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